quarta-feira, 26 de agosto de 2009

VISITANTES E VISITAS OU O LANCHÃO DO BORÃO...

Na casa do Borão, somos sempre visitantes, mas nunca visitas, no sentido "pompa" da palavra. Quero dizer que lá é a extensão de nossa própria casa e meus pais sempre fizeram questão que assim o fosse.
Num de meus últimos posts, resquício ainda das férias de julho, com algumas comilanças sobre o fogão, intitulei o post de Estou esperando visita.
Na verdade, em uma certa tarde em que meus pais foram ao médico em Jaú, ao me ver sem ter o que fazer, fui pra cozinha e resolvi esperá-los com uma surpresa.
Então saíram coisas do meu jeitão, classificáveis como simples, fáceis de fazer e gostosas. Até porque vou fazendo tudo junto, mexo daqui, quebro ovos dali, acendo o forno, tiro as bolachas da grade de cima, ligo o liquidificador, enfim uma suave bagunça mas que ao final estou com louça lavada, fogão limpo e cabelo desgrenhado, mas com uma vontade louca de sentar para comer um pouquinho de cada coisa. Sem contar que as crianças sempre vão aparecendo e beliscando daqui e de lá.
Neste dia assim que coloquei tudo pronto sobre o fogão e acabei de passar um café, meus pais chegaram e levaram o maior susto. Ver a cara deles de alegria, como diria qualquer programa de cartão de crédito: Não tem preço.

A receita abaixo oferece múltiplas variações e adaptações do tipo menos ovo, mais leite; menos farinha de trgio, um pouco de aveia; não tem gergelim, coloca linhaça; não tem leite, um pouquinho de água e por aí vai. Na minha cozinha é assim !!

Chamamos de Bauru de forno ou Lanchão do Borão:
Bater no liquidificador:
03 ovos
1/2 xícara de óleo
1 xícara de leite
15 colheres (sopa) de farinha de trigo
Sal a gosto, se quiser pimenta, cúrcuma, páprica, etc, etc ou apenas sal
1 colher de sopa de fermento em pó
O recheio claro que é a gosto do freguês que deve deixar a imaginação fluir
Neste eu usei:
tomates em rodelas temperados com cebola bem picadinha, sal e orégano,
presunto, queijo mussarela e um pouco de creme de leite.
Em forma untada e enfarinhada, colocar uma parte da massa, o super recheio, o creme de leite e o restante da massa. Alisar com uma espátula (se achar que o recheio ficou muito descoberto), salpicar o grão da preferência (eu usei linhaça) e levar ao forno até dourar.


terça-feira, 25 de agosto de 2009

FUI E JÁ VOLTEI...

No início de agosto fui ao Rio de Janeiro fazer um curso sobre Previdência Privada. O Hotel em que fiquei, entre o Flamengo e o Catete proporcionou-me grandes possibilidades de passear bastante por locais que por algum tempo fizeram parte do meu dia a dia, quando trabalhei na Lapa.
Pude novamente andar pelo Largo do Machado e apreciar os Abricots de Macaco, árvores imensas que dão lindas flores rosas e de seu tronco soltam grandes bolas parecendo porongos ou cuias.
Voltar ao Parque Guinle onde tantas vezes levei meu filho quando pequeno pra brincar e por alguns instantes sonhar que o Rio é uma ilha de tranquilidade e calor humano.
Passear pelas ruas de Laranjeiras onde morei, rever o porteiro do prédio, a Diretora da Escola - Dona Lenira - contar-lhe que o César já é um mocinho, bom aluno e receber de volta discretas lágrimas nos olhos de agradecimento num desabafo do quanto ela estava feliz com minha visita, como por alguns momentos levei-lhe alegria e aquele velho apelo "está valendo a pena."
Por duas vezes voltei ao Museu da República, numa delas já era início de noite e na Livraria acontecia uma noite de autógrafos à qual me juntei só pra curtir lindas músicas tocadas ao violão.
Rapidamente tirei algumas fotos e fui-me embora, pensando no Presidente que se matou ali, quanta agonia, quantos segredos de Estado, noites quentes de verão nas sacadas em companhia de seus charutos e de sua coragem ou covardia.
Na segunda vez, logo após o café da manhã no Hotel, fui caminhar pelos Jardins ver a paisagem diurna, o corre corre para o trabalho, o tai chi chuan calmo das senhoras e senhores aposentados, pássaros, fontes, a vida acontecendo.
No dia de hoje, há cinquenta e cinco anos, o então Presidente comete suicídio ali mesmo no terceiro andar.
Deixou a vida, entrou para a história e eu fico ali sentada pensando, pensando."Eta vida besta, meu Deus" como já escreveu Carlos Drummond !!!













quarta-feira, 19 de agosto de 2009

QUEBRAR ÁTOMOS ???

Na primeira semana de trabalho após minhas férias, minha empresa juntamente com algumas outras empresas públicas, patrocinou um evento Regional que teve como ponto chave o fortalecimento da equidade de gênero e a discriminação racial no mundo do trabalho.
Embora estivéssemos no início dos rumores da pandemia de gripe A, com chuva e muito frio, o público foi bem grande e muita coisa aproveitei, além da comida generosa e boa.
Aconteceu no Restaurante Madalosso no famoso bairro gastronômico de Santa Felicidade.
Fico feliz em participar de eventos onde vejo que embora aos poucos, vamos conseguindo enterrar alguns preconceitos. Se fosse fácil nem precisariam existir ações afirmativas para muitos desses assuntos, mas como diz o ditado, cada um de nós pode ser uma gota no oceano, que não seria o mesmo sem cada gota.
Além de momentos de conhecimento, interação e generosidade, ficaram algumas frases:

"Há que se desconstruir tudo o que gera desumanidades"

"Só tolerância não resolve. Precisamos ocupar o mesmo lugar."

E a máxima de Einstein: " Época triste a nossa...é mais fácil quebrar um átomo que quebrar preconceito."

Ao final do evento bati um gostoso papo com a Maria Inês Barbosa, a estrela do evento com uma linda palestra. Ela é a Coordenadora do Programa de Gênero, Raça e Etnia do UNIFEM Brasil e Cone Sul.

Duas brilhantes palestristas também: Jana Guinon - Coordenadora Cultural Executiva da Ong
Estimativa Rio e Cidinha que apresentou um relato sobre discriminação e ações afirmativas no mundo do trabalho.

O Presidente do Serpro

A mestre de cerimônias - Dulcinéia Novaes - Rede Globo, plim plim

E pra não dizer que não falei das flores que eram perfumadíssimas e lindas.


Fica a música do Gilberto Gil: A MÃO DA LIMPEZA
(Para ouvir com Chico Buarque e Gil http://www.youtube.com/watch?v=tzFxd4gxbpQ )

O branco inventou que o negro
Quando não suja na entrada
Vai sujar na saída, ê
Imagina só
Vai sujar na saída, ê
Imagina só
Que mentira danada, ê
Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o negro penava, ê
Mesmo depois de abolida a escravidão
Negra é a mão
De quem faz a limpeza
Lavando a roupa encardida, esfregando o chão
Negra é a mão
É a mão da pureza
Negra é a vida consumida ao pé do fogão
Negra é a mão
Nos preparando a mesa
Limpando as manchas do mundo com água e sabão
Negra é a mão
De imaculada nobreza
Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o branco sujava, ê
Imagina só
Eta branco sujão

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

ESTOU ESPERANDO VISITA...

"Passam pássaros e aviões e no chão os caminhões
Passa o tempo, as estações, passam andorinhas e verões
Passe em casa !
Tô te esperando, tô te esperando !

Estou esperando visita, tao impaciente e aflita..."



Receitas em breve...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

EU TE AMO MEU BRASIL OU DE COMO É BOM CURTIR UMAS FÉRIAS...

Sair de férias por vinte dias foi maravilhoso. Como sempre, armamos nosso quartel general em Brotas e de lá íamos inventando mil coisas para fazer.
Tivemos de tudo: comida boa de mãe, avó e tia, flores, frio, chuva, lua cheia, arco íris, caminhadas no mato,por de sol, aniversários, viagem e muito mais...
Neste julho passado fomos para a Capital para que as crianças conhecessem São Paulo de tantos cantos, tantos desencontros, tantas diferenças, tanto pra se falar, gostar ou odiar.
Bruna encantou-se com o metrô, uma novidade para uma garota de 11 anos que já morou em tanto lugar, mas não o conhecia.
O Zôo Safari foi uma aventura inusitada e divertidíssima, com os animais botando a cabeça dentro do carro pra ganhar amendoins, mas achamos que o local está mal cuidado e meio deprimente como todo zoológico.
Meu filho César se encantou com as adjacências da Rua Santa Efigênia, reduto dos eletrônicos e que tais, pelos quais ele já demonstra um grande gosto e propensão ao entendimento.
Eu como sempre aproveitei tudo, a nostalgia de uma Estação da Luz que conheci pequena quando fiz uma viagem de trem para Santos. O misterioso e imponente Mosteiro de São Bento, cujo sabor do famoso pão não me agrada, mas que não deixo de comprar pra presentear meu pai.
E o que dizer da arquitetura dos prédios centrais, centenários e que nos levam a imaginar como foi tudo aquilo um dia lá atrás no passado. É como se eu tivesse uma saudade de alguma coisa que não conheci e nunca vivi.
Não pudemos deixar de apontar a degradação também, a poluição, os moradores de rua, os nóias como são chamados os consumidores de droga vagando pela área central..., o stress no trânsito, o medo de assalto, a desconfiança no meio de tanta gente, enfim...
Depois de dois dias na capital, uma passagem por Campinas amada, onde morei por bastante tempo, fiz faculdade, casei, pari o César, e que me é tão viva na memória.
Voltamos para Brotas e lá terminamos as férias.
Por ora, ficam algumas fotos de momentos especiais, já prometendo outras pra breve.
Na cabeça martela o poema de Pablo Neruda e a certeza de que amo até e principalmente as raízes, desse meu Brasil...

"Eu me despeço
Volto à minha casa, em meus sonhos.
Volto à Patagônia, aonde o vento golpeia os estábulos e salpica de frescor o oceano.
Sou Nada mais que um poeta: amo a todos,
ando errante pelo mundo aue amo.
Em minha pátria, prende-se mineiros e os soldados mandam mais que os juízes.
Entretanto, amo até mesmo as raízes de meu pequeno país frio.
Se tivesse que morrer mil vezes, ali quero morrer
Se tivesse que nascer mil vezes, ali quero nascer
Perto da araucária selvagem, do vendaval que vem do sul, das campanas recém compradas
Que ninguém pense em mim.
Pensemos em toda a terra, golpeando com amor a mesa.
Não quero que volte o sangue...a molhar o pão, os feijões, a música:
Quero que venha comigo o mineiro, a criança, o advogado, o marinheiro, o fabricante de bonecas.
Que entremos no cinema e bebamos o vinho mais tinto.
Eu não vim para resolver nada.
Vim aqui para cantar e quero que cantes comigo. "

Lentilha com calabresa, arroz e rúcula

Acidente presenciado logo em nossa chegada. Muita neblina, muita negligência...

Uma árvore linda no meio do caminho, numa calçada de Brotas

Frango assado com farofa de milho no domingão...

Um início de por do sol em um dos locais de caminhada no mato...

Pindaíba no pé...

Flor de São João e de cacto em comunhão...

A lua despontando e no meio da árvore a casa do joão de barro...