terça-feira, 13 de setembro de 2011

ENRAIZANDO E CONTINUANDO A BROTAR

Seis meses sem produzir uma publicação e eu já nem me lembro mais o motivo de ter criado um blog. Ah sim, diversão, passatempo, troca de experiências, de idéias, receitas, sobretudo troca de saberes.
Indubitavelmente vamos criando afinidades com leitores e de acordo com os assuntos de nosso interesse, também conhecendo pessoas diferentes, muitas vezes de lugares distantes.
Nesses seis últimos meses não deixei de cozinhar minha comidinha prosaica, inventar minhas artices domésticas e culinárias, usar os filhos e marido de cobaias. Também tirei férias, viajamos, curti sol, chorei, às vezes praguejei com a chuva, acompanhei meu pai em uma cirurgia, passei cinco dias no hospital, cozinhei, comi em restaurante, comi porcaria, mesmo com pós arrependimento, mas eis-me aqui.
Simbolicamente, sem qualquer intenção, volto a escrever depois de ganhar estes rizomas de cúrcuma que estão na foto.
Eles não serão usados em alguma receita, tampouco nova experiência culinária, mas irão para a terra a fim de produzirem mais, para crescerem horizontalmente por baixo da terra - os rizomas crescem horizontalmente, aprendi - soltarem suas folhonas verdes e suas flores brancas e quando chegar o tempo, se reproduzirem por meio de outros rizomas - dedinhos ou olhos que vão crescendo - assim como esses que ganhei, assim como o gengibre da mesma família. Aprendi também que é uma planta difícil de ser destruída, devido a essa peculiaridade de brotar. E então quando estiver na época, arrancarei aos poucos e aí sim usarei pra cozinhar, pra tingir farinhas e massas, pra colorir e pintar molhos, talvez o rosto; numa maquiagem naturalmente simplória para reencontrar pessoas queridas que vamos conhecendo, com quem vamos nos divertindo, passando o tempo, trocando experiências, idéias, receitas, trocando saberes como eu disse lá no início deste post e como aconteceu quando ganhei os rizomas de cúrcuma no dia em que conheci a Neide Rigo, filha e marido, assim tudo de uma vez e muito rápido, mas que já permitiu vislumbres de novos encontros e novas trocas. Agora o tempo cuidará dos rizomas, por baixo da terra, nas caixas de email, raízes irão se enlaçando, trocas acontecendo, flores aparecendo e vamos brotando, brotando...não por acaso Brotas, brotos e brotoejas.



Quer saber mais desse encontro?
Veja aqui: Passeio por Curitiba
Aqui : Mercado Municipal Curitiba
E aqui: Na cozinha da Gina

E aqui:
 

terça-feira, 15 de março de 2011

COMEMORANDO NASCIMENTOS E CONTANDO HISTÓRIAS

Em frente da casa do sítio havia uma enorme paineira rosa, dessas que começam a florescer nos meses de verão e que depois das flores soltam as sementes envoltas nas painas que usavam para rechear colchões e travesseiros.
Pois saiu então o marido de charrete deste local distante da cidade uns 20 Km, para buscar a única parteira do local e que hoje é apenas um nome nas placas que dão nome à rua: Ema Bicaletto .
Era manhã de janeiro, devia fazer sol e devia haver muitas flores rosas na paineira.
Na casa da parteira informaram que ela estaria fazendo outro parto, na casa grande da esquina da Avenida 2.
Lá chegando, o outro pai - esse de primeira e única viagem - sentado na porta esperando o resultado. Devem ter conversado sobre colheita, chuvas, dívidas, remédios, um deles fumou seu cigarro de palha, o outro recostou-se em sua muleta e assim nasceu o menino.
O dono da charrete então levou a parteira que vinha a ser contraparente, para fazer o outro parto, na casa à sombra da paineira rosa.
E umas duas horas e pouquinho tempo depois nasceu a menina. O ano era 1938,o mês de janeiro e o dia 24.
Anos depois, a menina que nasceu no sítio foi morar na casa de uma tia da cidade para poder estudar. Tinha lá seus seis pra sete anos e o menino já ficara órfão de pai e foi mandado estudar em um colégio interno.
Tempo passando, vida correndo, água rolando, paineira florindo.
Quis o destino que as crianças, então já mocinhos e nascidos no mesmo dia, se conhecessem, virassem vizinhos e começassem a namorar. Faltam-me ou não carecem os detalhes, mas não é lenda, e os dois acabaram se casando.
E essa história bacana vive rendendo outras histórias, outros momentos, outras comemorações.
Da união nasceu um casal de filhos e quatro netos.
São meus pais as duas crianças nascidas em 1938, e no último mês de janeiro de 2011 comemoramos o aniversário de 73 anos do Vô Borão e da Vó Odila, com bolo feito pela minha cunhada, sanduíches variados que eu fiz e a torta de maçã da própria vovó por solicitação dos netos.
Até hoje costumamos visitar o sítio e a paineira rosa que ainda está lá, assim como o ribeirão em que ainda costumamos nadar.
Fui convidada pela Gina do blog Naco-Zinha para participar de uma publicação coletiva sobre fases da vida e como a primeira fase é o nascimento, esta é a minha colaboração, com um olhar de esperança e crença nas surpresas que a vida nos prepara.






terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

RODA VIVA



Volto hoje a escrever neste blog e então me dou conta de que não o faço há quase quatro meses.
Assumo que levei ao pé da letra o aviso da foto de abertura: Reduza a velocidade.
Muita coisa aconteceu neste intervalo de tempo, viagens a trabalho, viagens a passeio, festas de final de ano, vestibular do filho mais velho, um problema aqui, uma alegria ali, vida continuando, comidas diferentes, comidas iguais, mesmos restaurantes, outros restaurantes, mesma pizza, outra receita de pão, outro blog a visitar, twitter sempre ágil e dinâmico do jeito que gosto das coisas.
Sim; o blog, a escrita, a cozinha, os leitores são coisas que estão sempre comigo, mas "eis que chega a roda viva e carrega o destino pra lá" e então por algumas outras prioridades, acabei me desviando. "Roda mundo, roda- gigante..."
Espero conseguir voltar e continuar com minhas comidinhas simplórias, meu olhômetro apurado, minha pressa, minhas fotos sem pretensão, e tudo o mais que já rolou por aqui.