terça-feira, 13 de setembro de 2011

ENRAIZANDO E CONTINUANDO A BROTAR

Seis meses sem produzir uma publicação e eu já nem me lembro mais o motivo de ter criado um blog. Ah sim, diversão, passatempo, troca de experiências, de idéias, receitas, sobretudo troca de saberes.
Indubitavelmente vamos criando afinidades com leitores e de acordo com os assuntos de nosso interesse, também conhecendo pessoas diferentes, muitas vezes de lugares distantes.
Nesses seis últimos meses não deixei de cozinhar minha comidinha prosaica, inventar minhas artices domésticas e culinárias, usar os filhos e marido de cobaias. Também tirei férias, viajamos, curti sol, chorei, às vezes praguejei com a chuva, acompanhei meu pai em uma cirurgia, passei cinco dias no hospital, cozinhei, comi em restaurante, comi porcaria, mesmo com pós arrependimento, mas eis-me aqui.
Simbolicamente, sem qualquer intenção, volto a escrever depois de ganhar estes rizomas de cúrcuma que estão na foto.
Eles não serão usados em alguma receita, tampouco nova experiência culinária, mas irão para a terra a fim de produzirem mais, para crescerem horizontalmente por baixo da terra - os rizomas crescem horizontalmente, aprendi - soltarem suas folhonas verdes e suas flores brancas e quando chegar o tempo, se reproduzirem por meio de outros rizomas - dedinhos ou olhos que vão crescendo - assim como esses que ganhei, assim como o gengibre da mesma família. Aprendi também que é uma planta difícil de ser destruída, devido a essa peculiaridade de brotar. E então quando estiver na época, arrancarei aos poucos e aí sim usarei pra cozinhar, pra tingir farinhas e massas, pra colorir e pintar molhos, talvez o rosto; numa maquiagem naturalmente simplória para reencontrar pessoas queridas que vamos conhecendo, com quem vamos nos divertindo, passando o tempo, trocando experiências, idéias, receitas, trocando saberes como eu disse lá no início deste post e como aconteceu quando ganhei os rizomas de cúrcuma no dia em que conheci a Neide Rigo, filha e marido, assim tudo de uma vez e muito rápido, mas que já permitiu vislumbres de novos encontros e novas trocas. Agora o tempo cuidará dos rizomas, por baixo da terra, nas caixas de email, raízes irão se enlaçando, trocas acontecendo, flores aparecendo e vamos brotando, brotando...não por acaso Brotas, brotos e brotoejas.



Quer saber mais desse encontro?
Veja aqui: Passeio por Curitiba
Aqui : Mercado Municipal Curitiba
E aqui: Na cozinha da Gina

E aqui:
 

terça-feira, 15 de março de 2011

COMEMORANDO NASCIMENTOS E CONTANDO HISTÓRIAS

Em frente da casa do sítio havia uma enorme paineira rosa, dessas que começam a florescer nos meses de verão e que depois das flores soltam as sementes envoltas nas painas que usavam para rechear colchões e travesseiros.
Pois saiu então o marido de charrete deste local distante da cidade uns 20 Km, para buscar a única parteira do local e que hoje é apenas um nome nas placas que dão nome à rua: Ema Bicaletto .
Era manhã de janeiro, devia fazer sol e devia haver muitas flores rosas na paineira.
Na casa da parteira informaram que ela estaria fazendo outro parto, na casa grande da esquina da Avenida 2.
Lá chegando, o outro pai - esse de primeira e única viagem - sentado na porta esperando o resultado. Devem ter conversado sobre colheita, chuvas, dívidas, remédios, um deles fumou seu cigarro de palha, o outro recostou-se em sua muleta e assim nasceu o menino.
O dono da charrete então levou a parteira que vinha a ser contraparente, para fazer o outro parto, na casa à sombra da paineira rosa.
E umas duas horas e pouquinho tempo depois nasceu a menina. O ano era 1938,o mês de janeiro e o dia 24.
Anos depois, a menina que nasceu no sítio foi morar na casa de uma tia da cidade para poder estudar. Tinha lá seus seis pra sete anos e o menino já ficara órfão de pai e foi mandado estudar em um colégio interno.
Tempo passando, vida correndo, água rolando, paineira florindo.
Quis o destino que as crianças, então já mocinhos e nascidos no mesmo dia, se conhecessem, virassem vizinhos e começassem a namorar. Faltam-me ou não carecem os detalhes, mas não é lenda, e os dois acabaram se casando.
E essa história bacana vive rendendo outras histórias, outros momentos, outras comemorações.
Da união nasceu um casal de filhos e quatro netos.
São meus pais as duas crianças nascidas em 1938, e no último mês de janeiro de 2011 comemoramos o aniversário de 73 anos do Vô Borão e da Vó Odila, com bolo feito pela minha cunhada, sanduíches variados que eu fiz e a torta de maçã da própria vovó por solicitação dos netos.
Até hoje costumamos visitar o sítio e a paineira rosa que ainda está lá, assim como o ribeirão em que ainda costumamos nadar.
Fui convidada pela Gina do blog Naco-Zinha para participar de uma publicação coletiva sobre fases da vida e como a primeira fase é o nascimento, esta é a minha colaboração, com um olhar de esperança e crença nas surpresas que a vida nos prepara.






terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

RODA VIVA



Volto hoje a escrever neste blog e então me dou conta de que não o faço há quase quatro meses.
Assumo que levei ao pé da letra o aviso da foto de abertura: Reduza a velocidade.
Muita coisa aconteceu neste intervalo de tempo, viagens a trabalho, viagens a passeio, festas de final de ano, vestibular do filho mais velho, um problema aqui, uma alegria ali, vida continuando, comidas diferentes, comidas iguais, mesmos restaurantes, outros restaurantes, mesma pizza, outra receita de pão, outro blog a visitar, twitter sempre ágil e dinâmico do jeito que gosto das coisas.
Sim; o blog, a escrita, a cozinha, os leitores são coisas que estão sempre comigo, mas "eis que chega a roda viva e carrega o destino pra lá" e então por algumas outras prioridades, acabei me desviando. "Roda mundo, roda- gigante..."
Espero conseguir voltar e continuar com minhas comidinhas simplórias, meu olhômetro apurado, minha pressa, minhas fotos sem pretensão, e tudo o mais que já rolou por aqui.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

JOGA AS CASCAS PRA CÁ OU UM SAGU DE ABACAXI

Admiro donos e donas de blog que conseguem atualizar seus meios escolhidos para divulgar alguma coisa a que se dedicam.
Claro que este veículo que ainda teimo em manter, é mesmo uma diversão, um passatempo gostoso, mas ao qual sinceramente não mantenho dedicação canina. E pra dizer a verdade ultimamente tenho gostado mais de ler os blogs alheios e sem dúvida nenhuma ficar "sapeando" pelo Twitter que é mais ágil e também descompromissado.
Cozinhar, continuo cozinhando. Fotografar, nem sempre mas histórias pra contar são mesmo muitas.
O sagu é um doce que fez parte da minha infância de interior, onde pouco ou quase nenhuem leite condensado esteve presente a não ser nas ocasiões especiais e nas receitas mais manjadas para a década de 60 e 70. Minha mãe costumava fazer com vinho ou com leite e eu sempre gostei de comer enquanto estava ainda quentinho.
Quando meus filhos nasceram e quando começaram a comer, também costumava fazer papinhas salgadas com as tais bolinhas e eles gostavam muito. Alguns acham estranho e só conhecem o doce, mas as papas salgadinhas de sagu são também uma delícia e de fácil digestão e deglutição para os bebês, tendo em vista que por ficar cremoso e grudento, dificilmente a criança engasga porque não vai direto pra goela.
E não é de hoje que costumo usar cascas de abacaxi pra fazer sagu, não apenas pelo fato do aproveitamento das cascas, mas porque é gostoso mesmo e muito simples. Costumo ir fazendo enquanto estou cozinhando o almoço ou o jantar.
Ao descascar o abacaxi, cozinho as cascas em uma panela com água e um pouco de açúcar. Da última vez que fiz, anotei as medidas. Então, se gostar da idéia faça assim:

Leve as cascas de um abacaxi (higienize antes de descascar, com uma escovinha) para ferver em uma panela com 6 xícaras de água e umas duas colheres de açúcar.
Depois que ferver, desligue o fogo e reserve. Enquanto isso já deixe de molho em água morninha, 2 xícaras de bolinhas de sagu.
Coe a água fervida que agora tem o sabor de um suco de abacaxi e leve ao fogo baixo, juntando as bolinhas de sagu, escorridas e lavadas. Costumo juntar ao caldo, abacaxi picadinho em cubos, que também dão um gostinho especial e que deixo ao gosto do freguês.
Se gostar junte cravo e canela em pau. Deixe a panela semi tampada e mexa de vez em quando pra não grudar no fundo da panela. O líquido vai começar a engrossar e as bolinhas devem ficar transparentes. Quando perceber que estão cozidas (15 minutos + ou -) é hora de colocar o açúcar que só deve ser adicionado depois que as bolinhas cozinharam sob pena de "encruarem" e ficarem duras. Da mesma forma, se achar que está ficando muito grosso, também pode juntar mais água, mas deve estar fervendo, para não fazer o mesmo estrago de endurecer as bolinhas pelo choque térmico.
Depois de adoçar a gosto e eu nem uso muito açúcar, pra sentir o sabor do abacaxi, deixe ferver mais um pouco para o açucar derreter e está pronto.
Lembre que por ser um amido, o sagu vai ficando mais consistente conforme vai esfriando. Se for esperar esfriar antes de levar à geladeira, coloque num Pirex* e vá mexendo de vez em quando pras bolinhas ficarem bem misturadinhas no caldo.

A versatilidade: comer quentinho no inverno e geladinho no verão. E como em Curitiba quase não temos verão, quase nem tenho tempo de tirar da panela.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

VOLTANDO

Não se fala em férias em casa, que os filhos não esperem pra ir pra Brotas. Às vezes até me espanto porque adolescentes normalmente não querem mais fazer os mesmos programas dos pais e particularmente, meu conservadorismo nostálgico sempre vê esse destino como o mais vantajoso. Enfim, amamos voltar sempre que podemos. E não foi diferente neste último julho. Não temos grandes novidades, mas sempre criamos muitas oportunidades por lá. São caminhadas bucólicas, refeições simples, umas carregadas de lembranças, outras de novidades que minha mãe descobre ora com uma freguesa de costura, ora na TV, vez em quando redescobre num caderninho ou em páginas arrancadas de revistas, recortes guardados de algum saco de alimento.
Nestes dias e em todos os dias temos a companhia dos meus sobrinhos também adolescentes e a cozinha vira festa. Nem bem terminamos de lavar a louça do almoço já estamos pensando em alguma guloseima para o café da tarde e na sequência algo para um lanche ou jantarzinho mais simples. Aos finais de semana somam-se o restante da família, irmão e cunhada.
Na verdade trabalho não falta. Também aproveitamos para passear nas cidades das redondezas, Jau, São Carlos, Barra Bonita, Campinas. Sempre há um parente, amigo, conhecido que encontramos, que visitamos ou que nos visitam.
Pelas estradas vou fotografando de dentro do carro, plantações, casinhas longínquas, animais, rios e o que me der na telha, porque de fotógrafa não tenho nada mesmo.
E quando chega a hora de voltar, vamos nos abatendo de tristeza, como se quiséssemos segurar o tempo, não deixar as horas passar, a noite virar outro dia e a despedida chegar.
É vida que segue !!
Então voltamos pra casa, revemos o cachorro, o quintal onde tanta coisa aconteceu: Meu tomate cereja que ficou carregado, meu pé de café com frutinhos maduros, minha rúcula que era baby e já está viçosa, a cebolinha dando flor, a pitangueira cheia de florzinhas que parecem uma geada, meu coelho que comeu quase todas minhas suculentas, minha avenca e meu bonsai...
Volto e já tenho de ligar o motor no máximo pois já estava com viagem marcada para Brasília a serviço, e volto de novo para levar filhos pra escola, cronometrar meu tempo, cozinhar, lavar roupa, respirar, viver. Penso, logo existo !! E todos estamos bem, e tudo continua, e como já disse, é vida que segue.

Juntei algumas fotos em um álbum que será melhor visualizado com um duplo clique.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

CUCA DE BANANA - ESSA TE PEGA


Essa receita de cuca de banana era feita pela minha avó, minha mãe faz e eu vou continuar fazendo porque aqui em casa é receita repeteco das mais solicitadas.
Eu já nem olho mais a fichinha em que tenho a receita anotada o que aliás é o meu jeitão mesmo de fazer as coisas: memória, intuição, vontade e ingredientes à mão.
Originalmente é assim, podendo variar a quantidade de bananas ou os ovos dependendo dos tamanhos e até mesmo a quantidade de massa. Esta fica bem grande:
1 xícara de manteiga
4 xícaras de farinha de trigo
2 xícaras e meia de açúcar
2 ovos
2 xícaras e meia de leite
1 colher de fermento em pó
5 ou 6 bananas cortadas ao meio e que são colocadas sobre a massa

GLACÊ
7 colheres de açúcar
5 colheres de farinha de trigo
2 colheres de manteiga
Canela em pó - opcional
Mexer os ingredientes e colocar sobre as bananas. A manteiga fica em pedacos e vai derretendo aos poucos, no forno.
Assadeira untada e polvilhada e forno por uns 30 a 40 minutos




CERVEJA BROTAS-ALÉM DAS CACHOEIRAS

No último feriado de 03 de junho que já vai longe, ao chegarmos em Brotas na horinha do almoço, nos deparamos com um panelão fumegante no fogão e para nossa alegria, amenizando o friozinho e fazendo esquecer do cansaço da viagem, uma maravilhosa "feijoada da mama", que me embalou num sono gostoso após o almoço.
E também para minha surpresa, no domingo recebi uma visita inesperada da amiga Lilian me levando dois presentes feitos pelo próprio marido: Cerveja.
Contou da experiência que estão fazendo, da montagem da cervejaria artesanal, trocamos risadas e muita conversa e lá foi a cerveja pra geladeira para o almoço de domingo.
Não costumo me embriagar, mas gosto de tomar vinho,cerveja,caipirinha, de acordo com o clima e a vontade, principalmente enquanto estou cozinhando. Entender, não entendo. Só sei do meu gosto, sem aquelas histórias de sommeliers, mestres da arte disso e daquilo.
E pra mim a cerveja tá aprovada, suave e saborosa. O que mais posso dizer? Que tenho uma garrafa do lote 001 da Cerveja Brotas e que torço por sua fabricação e aceitação, desejando muito sucesso ao Márcio e Lilian.Claro que vou guardar a garrafinha para a posteridade. E assim minha querida Brotas, tão conhecida por suas cachoeiras, esportes radicais e lindas pousadas, agora também tem sua própria cerveja. Coisa nossa !!!!
E quando for a Brotas, experimente a Cerveja no Empório di Vino onde encontrará outras coisas gostosas, e um papo agradável com o Geraldo.









terça-feira, 22 de junho de 2010

QUIABO UIA !

E passou mais um mês sem que eu escrevesse nesse desajeitado e abandonado blog. E hoje só lembrei desse coitado, porque pela manhã quando estava adiantando meu almoço resolvi fazer quiabo, refogado com azeite,tomate, cebola, sal, pimenta e cominho.
Simples e gostoso assim, quem me deu a dica de usar com tomate foi a Iara que tinha o blog UIA! e agora tem o blog TEMDEGATO . As fotos abaixo são de outra ocasião em que fiz essa simplicidade deliciosa e comi com arroz, banana frita e salada de almeirão.
Tudo com medidas e pitadas ao gosto do freguês.




segunda-feira, 24 de maio de 2010

O PULSO AINDA PULSA...

Há quase um mês não publico nada.
Ando com preguiça de escrever, sem vontade de cozinhar novidades, embora isso sempre aconteça pois não é raro imaginar e começar a fazer um prato e acabar com um produto totalmente diferente daquele que era o objetivo. Este é o jeito que gosto de fazer as coisas, sem presunções e com bastante intuição.
Por sorte, e a despeito de minha preguiça de escrever e publicar, minha cozinha nunca é monótona pois os almoços após as aulas dos filhos são sempre cheios de conversa e histórias, os lanches da tarde idem quando já um pouco cansados ali ficamos por menos tempo e também nos finais de semana onde normalmente nos reunimos mais vezes, pois aí temos direito a lanchinhos e petiscos durante o dia.
E pra provar que preguiça não significa monotonia, outro dia ou melhor outra noite, apareceu este visitante intergalaticamente verde, que atraído pela luz foi parar exatamente na lâmpada/lustre da cozinha. E eu não pude deixar de retirar o pobrezinho que ficava se debatendo dentro do lustre. Subi na mesa, desparafusei e retirei o lustre aproveitando para uma rápida limpeza, fazendo assim uma boa ação de salvamento do ser que já estava zonzo de tanto se debater.
Taí o menino da carapaça verde, e o pulso ainda pulsa.


quinta-feira, 22 de abril de 2010

BOA NOITE GOVERNADOR

Esta semana tem sido de calor em Curitiba, como que por milagre. Mas há umas duas semanas tivemos noites outonais frias e gostosas, aquelas que me dão uma vontade louca de tomar uma sopinha assim que chego em casa.
E foi assim, que resolvi numa dessas noites de início de abril e que já longe vão, fazer uma simples - e bota simples nisso - sopinha de missô. O missô é aquela pasta fermentada de soja,muito consumida por orientais e que eu gosto muito.
Enquanto terminava de ver minha "caixinha" no Twitter, publiquei os seguintes 140 caracteres:
"Apanhei umas cebolinhas no quintal porque tá saindo uma sopinha de missô com cenoura e abobrinha pra esta noitinha fria #amoestaremcasa "
E lá fui alegre e saltitante, picar meus parcos legumes, misturar água, missô e cebolinha.
Enquanto o caldo cozinhava, voltei ao micro e surpresa, vi que o Governador Requião havia publicado uma resposta à minha publicação, comentando que havia lhe despertado o apetite no frio curitibano. Pediu que eu "tuitasse" a receita.
E já que a premissa é usar apenas 140 caracteres, mandei esta, pouco me importando se era ele mesmo ou um ghost writer palaciano:

"Com mto prazer:Escolher legumes preferidos,picar pequeno.Água fervendo,dissolver o missô,juntar lgumes,cozinhar até ficar moles."
E mais esta:
"Umas 3 colheres de missô.Bastante cebola e cebolinha verde.Ñ é preciso fritar nada..mto saudável. Depois conte hein ?! Abraços."

Bem, enquanto tomava minha sopinha aconchegante e simplésima, recebi o retorno de que não havia missô disponível e assim lá se foi o plano do governador de tomar uma simples sopinha, numa noite gelada.
E eu, reconfortada, fui fazer meus afazeres, e depois dormir um soninho justo, pensando em como deve ter sido a noite do governador.

Minha sopinha ficou desse jeitinho aí embaixo e se eu tivesse, naquela noite teria usado tofu, mas usei apenas cenoura, abobrinha, cebola e cebolinha verde.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

PRA NÃO ATROFIAR, USAR

Vergonhosamente passei mais de um mês sem publicar qualquer coisa neste blog. Não por falta de vontade, ou tempo, mas por preguiça e outros afazeres que foram se mostrando mais prazerosos.
Tenho "andado" bastante pelo Twitter que acho ágil, divertido e com possibilidades de assuntos diversos ao mesmo tempo. Continuo visitando blogs com fotos lindas, com receitas gostosas, algumas até sendo repetidas em casa.
Filhos continuam sendo levado para escola e para o dentista, cahorro pra tomar banho, refeições rápidas e simples, frio chegando, trabalho farto, viagem à vista para a próxima segunda.
E como nossos músculos e órgãos que quando não usamos se atrofiam, decidi que tinha de atualizar este tal de blog antes que desista de vez.
Há algum tempo havia deixado nos rascunhos a foto desta costelinha com quirera que fiz em um sábado que já vai longe.




Modo de fazer, para quatro pessoas:
Hidratar em água morna, duas xícaras de quirera
Temperar com alho e sal a costelinha de porco, de preferência no dia anterior.
Antes de começar a fritar a carne, bastante água fervendo ao ladinho da panela.
Em uma panela alta (que pode ser a de pressão), coloco um pouco de óleo e vou fritando a costelinha. Conforme ela vai dourando vou pingando água quente e mexendo bem. Quando fica bem morena, junto bastante cebola e alho picado, testo o sal e junto água quente que dê pra cozinhar/amolecer a carne. Nessa hora a pressa pode pedir a panela de pressão.
Quando a carne está bem cozida, retiro da panela com uma escumadeira e reservo. No líquido, junto a quirera e em fogo baixo e panela tampada, vou mexendo de vez em quando até a quirera amolecer. Se necessário vou juntando mais água quente.
Quando a quirera está pronta, volto a carne para a mesma panela, deixo um pouquinho juntas para uma doar sabor pra outra e pronto.
Neste dia comemos com arroz branco, verdura refogada, saladinha de tomates e batatas coradas no forno.

quarta-feira, 3 de março de 2010

SE COSE COSI...

Seguindo a máxima do tudo se transforma, ou nada se perde, ou não gosto de desperdício, costumo fazer muita polenta em casa. No inverno porque é inverno, no verão porque não quero perder o caldo, na primavera porque gosto e no outono porque as folhas caem.
O fato é que toda semana compro uma carne com osso (acém) ou músculo e cozinho para misturar à ração do meu cachorro. E então é claro que não vou perder aquele caldo maravilhoso.
Para o cão eu uso apenas um pouco de sal, mas depois que tiro a carne, coloco cebola, shoyu, alho, pimentinha calabresa e o que mais me der na telha.
Em algumas ocasiões nem uso a peneira e uso com os pedaços de cebola e temperos mesmo.O fato é que também tenho sempre um bom e suculento caldo congelado para uma vontade fora de hora . Afinal, um banho maria e lá está ele pra ser usado onde quiser.
Para a polenta mole, costumo hidratar o fubá um tempinho antes de começar a cozinhar. Para cada xícara de fubá, uso mais ou menos três xícaras de caldo (mas é claro que quem me conhece sabe que é no olho).
Aí é levar ao fogo (eu uso uma chapinha embaixo da panela pra cozinhar bem lentamente), mexer e ir adicionando mais calmo de acordo com a moleza ou dureza desejadas.
A da foto abaixo estava com o caldo coado e servi com queijo padrão ralado, azeite e requeijão cremoso caseiro que faço com ricota


UMA BABA, MORA !!!

Sem querer abusar dos trocadilhos, fazer o prato da foto abaixo foi realmente uma baba.
Tenho comprado bastante quiabos ultimamente aproveitando a temporada. Embora compre um lote já embalado e portanto sem poder fazer uso da sabedoria popular de quebrar a pontinha para testar o frescor só tenho dado sorte, até porque costumo comprar direto do produtor e já tenho confiança.
Então, para fazer um bom, simples e babado refogadinho de quiabo, apenas lavo bem, corto do tamanho desejado e salteio em um pouco de azeite e depois sal a gosto. Algumas vezes uso óleo de gergelim torrado e também fica muito bom. Quem não gosta da baba, minha mãe já ensinava a usar algumas gotas de vinagre durante o refogado e isso dá muito certo.
Para o arroz que era do dia anterior, apenas juntei castanhas brasileiras picadas, e ameixas sem caroço. Frigideira com um pouquinho de azeite de oliva e pronto. Realmente e literalmente: De babar.

COMPRETAMENTE (SIC)

Meu filho me mostrou rapidamente e tive de dar uma volta no quarteirão, enquanto preparava a máquina fotográfica para tirar a foto abaixo, meio desajeitada enquanto esperava o semáforo abrir e sob uma cara de espanto da dona chinesa da lanchonete "chino-brasileira".
Não resisti em fotografar e publicar, mas confesso que elucubrei muitas situações na cachola:
1) O X querendo dizer cheese, já está incorporado há tempos, fazer o que ?
2) a crase no bife "à cavalo" plenamente perdoável até para quem é acostumado ao Português.
3) mas quanto ao tal "compreto", penso ter sido uma dificuldade mesmo, já que sabemos muito bem da dificuldade dos orientais em pronunciar a letra L. Quem não se lembra do comercial da panela de pressão em que um japonês repetia "é Rares", querendo dizer a marca de panelas Lares ? É eu sou mesmo das antigas.

E assim, embora meus filhos tenham dado risada achando o erro grosseiro eu acabei perguntando quem erra mais: um imigrante que encontra dificuldades entre a língua materna e a da pátria adotiva ou esses meus filhos que na internet, se comunicam à base do naum, kkk, susse, e outras pérolas da gramática internética ?

Fica a dúvida !!! E ainda mais uma: qual o valor do bife "compreto". E o que será essa "compretude" toda ? Um segredo chinês, que tal ?


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

MARITACAS AU LIMON

Claro que não é uma receita.
As maritacas imperam com seu estardalhaço pelos quintais de Brotas. Um casal já é suficiente pra pensarmos haver umas 10 crianças barulhentas por perto.
Estas duas aí estavam no pé de limão no quintal vizinho e como gritavam.
Fez questão de me mostrar a asa de penas muito vermelhas por baixo das verdes.
Lindas e alegres.



quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

COMIGO É NO FUBÁ...

Antes de contar sobre meus dias de Carnaval, estava eu perambulando pelos arquivos de fotos, quando vi a foto de um dos meus bolos preferidos que é o de fubá.

O da foto foi feito já há algum tempo, e o diferente é que ele mistura fubá com laranja e o resultado é muito delicado e saboroso.

A receita é da Cris que já tive oportunidade de conhecer e que irei reencontrar no próximo sábado quanto teremos novo encontro da mulherada que gosta de cozinhar, dentre outras coisas (eu me recuso a dizer/escrever "blogueira').

Aproveito para indicar o "Pão caseiro da mamãe" que a Cris também já colocou a receita no seu blog. Ela, diferentemente de mim, explica tudo nos mííííííínimos detalhes.


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

SAINDO DA CONCHA E OUTRAS CONCHAS...

Muita água já rolou (e bota água nisso) desde a última vez em que publiquei neste blog relegado.

Também já tirei dez e apenas dez dias de férias (já em 2010), mas que muito me serviram para relaxar, curtir a família e passear pelas Brotas.

Então chegou a hora de baixar as fotos de meses passados (acho que desde novembro), compor pastar, nomear arquivos, rever situações, e em meio a tudo isso lembrar de simplicidades gostosas e estripulias feitas pelas cozinhas por onde estive.

Assim, pra sair da concha da preguiça e do "ostracismo bloguístico" (nossa, revirem-se nos túmulos poetas da última flor do Lácio), resolvi publicar um prato que fiz com aquela massa em formato de concha (conchiglione para os maledetos parentes).

E por falar nos maledetos, dos quais sou descendente por todos os lados e poros, preciso contar que fui criada com noções de desperdício zero e sigo este lema em todos os aspectos, menos nas palavras, risadas e bom humor. Pra isso não economizo mesmo, às vezes para desespero de quem convive comigo.

E então, aquelas bananas que jaziam na fruteira desprezadas, rapidamente foram amassadas, misturadas a um pouco de manteiga, suco de meio limão, açúcar a gosto e um pouco de chocolate em pó. Foram pra panela e depois de algum tempo mexendo por algumas vezes, viraram um doce pra comer de colher.

Até foi comido por alguns depois de ir pra geladeira, mas justamente no dia seguinte vi que a ricota iria vencer e que tinha um pacote das conchinhas. Nem pestanejei.

Botei o doce de banana e a ricota no processador e dei umas boas pulsadas pra misturar bem e Vamos ao processador, pra misturar a ricota com o doce de banana.

Cozinhei as conchinhas, botei o recheio doce/salgado e cobri com o mais caseiro e simples molho branco com creme de leite fresco, queijo ralado e forno até gratinar.

Aos poucos vou voltando. Fotos não faltarão. Nem palavras....





quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

VOU PRA ILHA DO NANJA

E quando chega o Natal, eu sempre me lembro desse texto....e sonho com a ilha do nanja, assim como sonho com Pasárgada.



Na Ilha do Nanja, o Natal continua a ser maravilhoso. Lá ninguém celebra o Natal como o aniversário do Menino Jesus, mas sim como o verdadeiro dia do seu nascimento. Todos os anos o Menino Jesus nasce, naquela data, como nascem no horizonte, todos os dias e todas as noites, o sol e a lua e as estrelas e os planetas. Na Ilha do Nanja, as pessoas levam o ano inteiro esperando pela chegada do Natal. Sofrem doenças, necessidades, desgostos como se andassem sob uma chuva de flores, porque o Natal chega: e, com ele, a esperança, o consolo, a certeza do Bem, da Justiça, do Amor. Na Ilha do Nanja, as pessoas acreditam nessas palavras que antigamente se denominavam "substantivos próprios" e se escreviam com letras maiúsculas. Lá, elas continuam a ser denominadas e escritas assim.
Na Ilha do Nanja, pelo Natal, todos vestem uma roupinha nova — mas uma roupinha barata, pois é gente pobre — apenas pelo decoro de participar de uma festa que eles acham ser a maior da humanidade. Além da roupinha nova, melhoram um pouco a janta, porque nós, humanos, quase sempre associamos à alegria da alma um certo bem-estar físico, geralmente representado por um pouco de doce e um pouco de vinho. Tudo, porém, moderadamente, pois essa gente da Ilha do Nanja é muito sóbria.
Durante o Natal, na Ilha do Nanja, ninguém ofende o seu vizinho — antes, todos se saúdam com grande cortesia, e uns dizem e outros respondem no mesmo tom celestial: "Boas Festas! Boas Festas!"
E ninguém, pede contribuições especiais, nem abonos nem presentes — mesmo porque se isso acontecesse, Jesus não nasceria. Como podia Jesus nascer num clima de tal sofreguidão? Ninguém pede nada. Mas todos dão qualquer coisa, uns mais, outros menos, porque todos se sentem felizes, e a felicidade não é pedir nem receber: a felicidade é dar. Pode-se dar uma flor, um pintinho, um caramujo, um peixe — trata-se de uma ilha, com praias e pescadores ! — uma cestinha de ovos, um queijo, um pote de mel... É como se a Ilha toda fosse um presepe. Há mesmo quem dê um carneirinho, um pombo, um verso! Foi lá que me ofereceram, certa vez, um raio de sol!
Na Ilha de Nanja, passa-se o ano inteiro com o coração repleto das alegrias do Natal. Essas alegrias só esmorecem um pouco pela Semana Santa, quando de repente se fica em dúvida sobre a vitória das Trevas e o fim de Deus. Mas logo rompe a Aleluia, vê-se a luz gloriosa do Céu brilhar de novo, e todos voltam para o seu trabalho a cantar, ainda com lágrimas nos olhos.
Na Ilha do Nanja é assim. Arvores de Natal não existem por lá. As crianças brincam com. pedrinhas, areia, formigas: não sabem que há pistolas, armas nucleares, bombas de 200 megatons. Se soubessem disso, choravam. Lá também ninguém lê histórias em quadrinhos. E tudo é muito mais maravilhoso, em sua ingenuidade. Os mortos vêm cantar com os vivos, nas grandes festas, porque Deus imortaliza, reúne, e faz deste mundo e de todos os outros uma coisa só.
É assim que se pensa na Ilha do Nanja, onde agora se festeja o Natal.

CECÍLIA MEIRELES
Texto extraído do livro “Quadrante 1”, Editora do Autor – Rio de Janeiro, 1966, pág. 169.

COM O PÉ NA ESTRADA...

Para todos aqueles que passaram e passam por aqui, deixo meus agradecimentos e a minha alegria, até porque eu mesma não tenho dado a atenção merecida ao blog.

Não posso e não vou culpar a falta de tempo, as correrias de final de ano, etc, etc, mas sim justificar que minhas prioridades estavam voltadas para outros feitos. Minha vida é assim...

Nestes feriados de final de ano, não farei grandes viagens, grandes ceias ou festas, não enviarei cartões de natal, não comprei e não comprarei montes de presente, não, não e não.

Apenas comemorarei com familiares o Natal e a passagem para o ano de 2010 em Brotas (of course). Minha vida é assim...

Continuo trabalhando muito, recebi meus sobrinhos para 12 deliciosos dias de férias em minha casa, cozinhei coisas gostosas e outras nem tanto, passei horas debaixo do pé de pitanga fazendo nada ou lendo, fiquei tensa (já passou) pela filha que ficou de recuperação (também passou), aderi ao Twitter, conheci gente nova virtual e presencialmente .

Minha vida é assim, saldo positivo de felicidade, mesmo com momentos tangenciados por desconfortos, perdas, más notícias e etc.

Logo boto o pé na estrada, minha vida é assim....e no momento não consigo pensar ou escrever qualquer outra coisa.

"EU JA TÔ COM O PÉ NESSA ESTRADA,
QUALQUER DIA A GENTE SE VÊ
SEI QUE NADA SERÁ COMO ANTES,
AMANHÃ"


sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

MARSHMALLOW

Manuel Bandeira foi pra Pasárgada
Eu não passei de Ponta Grossa
Mas achei pela estrada plantação de Marshmallow,
Que no tempo de eu menina
não existia lá em Brotas.



quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

PLUNCT PLACT ZUMMMM

E não é que um simples pastel na feira de sábado pela manhã, se transformou em show do Raul.

Toca, toca de novo !!!!




domingo, 29 de novembro de 2009

VOANDO EM LINHA RETA...


É DE QUE ?

A carne é de sol

O purê é de batatas

A farofa é de milho verde

A farinha é de milho biju

A cebola é de quem quiser

Ah, eu adoro cebola.


MARATONA E LEITE EM PÓ...

Acordo cedo pra ver a Maratona Internacional de Curitiba há anos, pois o percurso compreende a rua onde moro.
Primeiro os cadeirantes, depois as mulheres, os homens e por final a caminhada de 5 Km, para a qual a inscrição era uma lata de leite em pó. Bem que eu tentei, mas quando chego com minha latinha, só encontrei um cartaz: Inscrições encerradas. Aproveitei para comer boas colheradas de leite em pó igual fazia quando era criança e as latas vinham com uma medida de metal que era como uma panelinha em miniatura e que eu adorava colecionar pra brincar de casinha.
Na multidão de corredores passam em diferentes posições dois colegas de trabalho que gritam meu nome.
Se a grande característica da Internet é a velocidade, se os corredores velozes tentavam quebrar recordes, demonstrar capacidades, testar seus limites; eu quebrei o recorde da lerdeza e atraso. A maratona aconteceu na semana passada, já é notícia fria, mas as fotos estão aí. Ando tão lerda ultimamente.



A

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

ULTIMAMENTE ANDO "FEIJÃO COM ARROZ"!

Metáfora pra comum, no Brasil: feijão com arroz !
E não é que adoro esse comum delicioso ??
E não é que ultimamente ando bem feijão com arroz, 1, 2 ?
Acho que é a chegada do final de ano que sempre vai sufocando, com apelos comerciais, correrias e que tais.
Ah, mas eu não me rendo não. Meu negócio é farinha, couve e feijão.