quarta-feira, 9 de abril de 2008

REINAÇÕES DE NARIZINHO

Tomei gosto pela leitura desde criança, comecei a aprender a ler mesmo antes de ir para o Jardim da Infância, com a Dona Ida que era nossa vizinha e ia me mostrando e ensinando na cartilha das filhas que eram mais velhas. A cartilha era "Caminho Suave" e quando fui para o primeiro ano era a "Cartilha Sodré". Nossa, como eu adorei a escola.
Li, amei e me lembro até hoje das histórias do Monteiro Lobato no "Sítio do Picapau Amarelo" e eu me sentia a própria Narizinho fazendo minhas reinações. E elas também já aconteciam pela cozinha. Eu me lembro de minha avó materna que me deixava reinar no seu fogão a lenha, me ensinando a colocar bananas e milho verde nas brasas vermelhinhas, para depois nos deliciarmos em volta de uma mesona muito grande e alta que ela tinha na cozinha. Hoje já não sei se a mesa era mesmo grande ou se eu é que era pequena.
E assim, de reinação em reinação, também na cozinha de minha mãe e em certas ocasiões por necessidade mesmo de ajudá-la é que fui me aventurando na cozinha, desde muito nova.
Acho que por conta disso também, fui apurando meu olhômetro, pois pelo menos em casa, não tínhamos tanto acesso e nem eram comuns livros de receita, com medidas e pesos milimetricamente testados.
Mas, todo esse preâmbulo deve-se ao fato de que me restavam duzentos gramas de tofu na geladeira e nem pensar que eu iria perder um item tão versátil e especial.
Então lá vou eu: Amasso o tofu, junto cebola, orégano, sal, páprika, porção de aveia, porção de farinha de trigo integral, porção de farinha de tribo branca, um ovo e misturo a gororoba que tornou-se um hamburguer maravilhoso de tofu e aveia.
Às colheradas levo à uma frigideira antiaderente untada com óleo, amasso com uma espátula para dar o formato de hambúrguer e tosto dos dois lados, colocando em cima fatias de queijo para derreter.
Preparo uma salada de alface, pico rodelas de tomate e um pão redondo que aqui chamam de pão cervejilha ou bilha. Esse pão não é tão massudo como o tradicional de hambúrguer e esse nome acredito que seja devido ao tipo de fermentação pois na verdade não leva cervelha na massa.
Ah, também costumo fazer batatas pré-cozidas com sal e alecrim, que congelo e uso esporadicamente quando a vontade de fritas ataca.
E então esse foi nosso "lanchinho" da tarde de terça-feira, com um delicioso suco de uva.




4 comentários:

laila radice disse...

adorei sua reinação!! delicia de texxto e esse hamburguer super saudavel...e como come com gosto seu filhote..q beleza! bjs

Anônimo disse...

Ana, coincidentemente, estive na casa da mamãe este fim de semana, e implorei para ela pelamordedeus não dar minha coleção do Sítio para a biblioteca da Igreja - mamãe está numa fase de dar fim em coisas velhas, mas os meus queridos livros...nem pensar!!!!

Filipa disse...

Ana, esse hamburguer está com um ar muito apetitoso e adorei o seu texto!

Beijinhos

cozinha da drica disse...

Ana que lindo seu post , me fez lembrar também minha infância...só que eu era mais preguiçosa e gostava de assistir o seriado do Sitio!! A quanto à sua receita achei muito muito boa , combina comigo! Bjks